Pense agora que, se você tem por volta de 25/30 anos, há dez anos atrás você ainda estava no Ensino Médio ou recém-matriculado na universidade. Muito provavelmente você não tinha muita noção de como seria a sua vida, de como seriam suas aspirações, ministério, relacionamentos e outras coisas que compõem nossa jornada por essa vida cheia de altos e baixos. Pense agora que, talvez por indicação, por acaso ou por estar em uma roda de amigos com violão no lugar certo e na hora certa, alguém começou os acordes inicias de “Eu Olhei o Meu Dia” e ao final da música você já estava cantando “Me esconda em Ti, eu preciso andar nos Teus caminhos…”.
Pois bem, esse é você conhecendo Palavrantiga e seu sagaz projeto de lançamento “Palavrantiga – Volume 1”.
Se existe algo que sempre me orgulhei é de ter tido a chance de conhecer o Palavrantiga nessa época. Orgulho besta se paro pra pensar agora, mas sempre dei muito valor por ter a oportunidade de escutá-los quando ainda não eram tão mainstream assim. Eu simplesmente adorava chegar em casa, iniciar meu computador de tubo, acessar o Windows Media Player e deixar rolar a setlist.
Era tudo tão novo, tão fresco e tão estranhamente bom ao mesmo tempo. Acredito que assim como eu, você nunca se imaginou recitar versos como “E eu sou casa, lugar de Deus e Ele habita em mim” ao som de um rock enérgico, cheio de distorções e com uma identidade que, tirando todas as comparações feitas com o Los Hermanos na época, quase não se via no cenário do rock brasileiro. Era de arrancar sorrisos.
Arrisco dizer que o cenário da música cristã nacional dessa minha geração é setorizado por antes e depois do Palavra. E você tem todo o direito de divergir da minha opinião. Até mesmo porque façamos um teste: Coloque 10 pessoas que escutam Palavrantiga numa sala e pergunte qual música ou álbum que ambos vieram a conhecer a banda. Tenho certeza que 70 por cento das respostas será “Vem me Socorrer” ou Esperar é Caminhar.
O primeiro álbum os projetou, confesso. Mas o primeiro projeto foi o que sinalizou: “Hey, nós somos o Palavrantiga. A gente não vai querer revolucionar nada, mas o nosso som indiretamente quebrará barreiras e depois de um relativo hiato, todos vão ansiar pelo nosso retorno.”
São seis canções, quatro delas que você encontra em Esperar É caminhar. Houve inclusive um relançamento em 2012 do mesmo com a adição de algumas músicas. Mas ele não deixa de ser uma pérola. Afinal, ele é o detentor exclusivo de “Deus, onde estás?” que já foi trilha sonora de n cantatas por igrejas afora e, recentemente, trilha do vídeo da primeira turma de 2018 do projeto MEF – Missão Esperança e Fé no Sertão Nordestino, projeto este que você pode conhecer aqui.
As informações dizem que ele foi lançado em junho de 2008, mas não achei o dia correto. Resolvi deixar essa singela homenagem para o último dia do mês sendo assim (caso o Marcos Almeida leia esse texto, mate essa minha curiosidade, por favor).
E pra finalizar, que tal celebrar esses incríveis 10 anos vendo o clipe de “Pensei”?