Haste The Day

Haste The Day: Sobre nostalgia, espaço-tempo e outras culturas

“O começo é o fim. O fim é o começo.” Nas últimas semanas li e ouvi muito essa frase, graças à temporada final de Dark, série alemã que embalou algumas das minhas noites nestes últimos 3 anos. Como é uma história sobre viagem no tempo, nada mais oportuno do que refletir sobre coisas que nos trazem nostalgia e que nos fazem reviver momentos passados, mesmo que não estivéssemos necessariamente neles.

No mês passado o álbum “When Everything Falls” da banda Haste The Day fez 15 anos. Apesar de ser um tempo considerável, você mau percebe, já que a qualidade e técnica musical fez o disco transcender sua época de criação. Apesar de não mais estarmos na era do metalcore, são CDs como esses que mantém a chama do estilo ativa.

Não é à toa que esse álbum é o mais famoso do Haste The Day. No Spotify ele figura com 2 entre as 5 músicas mais ouvidas. No YouTube isso também acontece, até com aquela incômoda versão ‘light’ da música homônima ao disco, feita para as grandes massas. Ainda falando sobre números, um fato interessante é que essa obra possui apenas 36+ minutos, mostrando que um bom CD de metal pode sim ser sucinto e ainda assim bem feito.

Haste The Day

Falando em nostalgia, e engraçado como falar de um obra antiga pode trazer boas lembranças e até novos fatos. Enquanto escrevia sobre o aniversário deste disco, descobri que a música ‘Long Way Down’, uma das que mais gosto da banda, é um cover do Goo Goo Dolls, mais um ponto positivo.

Além disso, estava procurando recentemente vídeos antigos da banda e me deparei com muita coisa da época do saudoso Connerstone, evento que com certeza revolucionou a forma como a música cristã nos níveis mais desprovidos de fama era vista pela galera. Tal como a Warped Tour, tocar em um evento como o Connerstone era sinônimo de sucesso e crescimento.

Infelizmente os dois eventos não existem mais, mas deixaram sua marca na história da música, principalmente do metalcore. Enquanto consumia esses materiais, vi alguns documentos contando a história do festival, uma ideia que nunca tinha parado pra prestar atenção. Como fã de música pesada, minha atenção estava focada apenas nas bandas que lá tocavam.

Foi uma experiência muito legal poder ver um pouco mais da cultura norte-americana em torno desse festival, que até então eu pensava ser algo apenas para bandas pesadas. Nada como uma banda que você é fã trazendo diferentes experiências e conhecimentos ao longo do tempo.

Acredito que daqui a 5 anos, quando o álbum já tiver duas décadas de existência, ele ainda estará no mesmo status de hoje, sendo considerado um dos principais discos de metalcore da história. Enquanto esse momento não chega, continuarei aproveitando seus 36 minutos, seja lembrando dos antigos shows ou pensando no momento em que poderei mostrar essas obras para meus filhos.