Para mim não é o melhor disco da banda, muito menos um álbum com grandes singles, contudo é um álbum excelente. É nesse aparente paradoxo que eu enquadro “Inland”. Nas primeiras audições ele não me surpreendeu, mas é possível perceber que é um álbum bastante coeso, muito bem construído.
Jars of Clay é daquelas bandas que eu posso comprar seu lançamento sem sequer ter ouvido uma faixa, pois tenho a certeza que ele será um bom trabalho. E assim foi com Inland.
É incrível uma banda com 20 anos de carreira e 10 discos lançados continuar com uma qualidade tão alta. Acredito que a receita de longevidade da banda é justamente a sinceridade de suas canções. Jars of Clay canta a dúvida, o medo e a esperança que qualquer pessoa enfrenta na vida. Prova disso é que a faixa-título foi inspirada no clássico “A Odisséia” escrita por Homero, onde Dan Haseltine revela: “É uma canção sobre caminhar em direção do mistério e não ter medo de correr riscos”.
Descobrir qual a sonoridade que o novo álbum do Jars vai ter é sempre uma diversão para mim, porque os caras já usaram o rock nos primeiros álbuns, o folk em The Shelter e Redemption Songs, synth-pop em The Long Fall Back to Earth, o brit-pop em Good Monsters, e tantos outros ritmos juntos e misturados que me fazem ficar nessa expectativa de qual será o novo experimento da banda. Em “Inland” eu senti algo mais introspectivo, mais suave sem um ritmo predominante ou nítido.
Pode ter quem discorde, mas pouco importa discutir isso porque minha afetividade com a banda vai muito mais da técnica e sonoridade utilizadas. A Jars of Clay foi responsável por importantes memórias na minha vida, ao ponto que faço questão de gastar a grana necessária para ter todos os discos físicos da banda.