Eu compro: Mahmundi – Mahmundi

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Lembro bem da época que conheci a Velho Irlandês. Me encantei fácil com a sonoridade do grupo e com o suave, mas marcante vocal daquela menina chamada Marcela. Ouvi dezenas e dezenas de vezes “Fotografe”, maravilhado com a poesia da canção. Quando soube da sua partida da banda, fiquei triste pelo tão pouco tempo de estrada. Seguindo sua trajetória como Mahmundi, fique observando seus passos e gostando das texturas e invenções que ela estava fazendo. Veio o EP Efeito das Cores, em 2012, para ficar no play por meses e meses e, depois, Setembro com seu tom intimista e bucólico. Ambos trabalhos me cativaram bastante, pois traziam uma simplicidade ímpar.

Em 2015 ela veio à Recife para minha alegria e tristeza. Alegria por ter a chance de ouvi-la ao vivo e tristeza por coincidir exatamente com um evento em que eu estava ajudando na organização. Perdi essa chance e custei a aceitar isso. Eis que 2016 ela anuncia o lançamento do seu disco pela Skolmusic trazendo um tanto de contento por, finalmente, ter o trabalho dela em mãos.

Sabem quando você investe grana em algo que realmente valeu cada centavo? Esse foi o sentimento ao comprar o disco da Mahmundi. É massa quando você vê que o artista pensou (ou teve oportunidade) em fazer um material físico de qualidade. Em tempos em que fabricar CDs faz cada vez menos sentido, um artista que produz algo com essa qualidade é ter a certeza que ele quer presentear seus fãs, quer estender a experiência e a relação consigo.

A capa é minimalista com a silhueta do seu perfil. O tom laranja-amarelado faz destaca-lo da prateleira da loja, no entanto, penso se a ausência do nome não  afeta a identificação da cantora já que ela ainda não é tão mainstream. De qualquer forma, curti bastante a identidade.

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Dentro há mais perfis num tom escuro que lembra o clipe de “Sentimento”. Muito legal também. Ao abrir novamente, vemos mais perfis numa espécie de transição da “noite para o dia”.

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O disco vem envolto num tipo de envelope revestido de agradecimentos. Do outro lado há um encarte da Skol falando sobre seu projeto que visa “mais do patrocinar eventos e lançar músicas… investir e expandir a fértil e criativa música brasileira contemporânea”, mostrando seu catálogo de artistas.

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Por fim, um encarte com todas as letras que, no seu verso, formam um poster bem bacana com a mesma identidade da capa. Ou seja, foram R$ 29,90 bem empregado e comprado na Livraria Cultura.

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Não sei a quantas anda sua fé, mas confesso que sinto falta de mais canções como “Fotografe” e “Desaguar”. Deus te abençoe, moça!

Esse disco foi produzido pela própria Mahmundi com direção artística de Carlos Eduardo Miranda. A fotografia ficou por conta de Eduardo Magalhães e a direção de arte por Yugo. Figurino por Manoela Moura e beleza por Jorge Henrique Monteiro. O design Gráfico por Bettina Birmarcker.