Dan Bremnes e o clipe mochileiro de “Wherever I go”

Por esses dias atrás me peguei procurando alguns lançamentos e/ou bandas que não conheço através da plataforma do Youtube. Faço isso por curiosidade, por passatempo e muito mais agora por causa do AM, tentando trazer algo de novo por aqui. Acerto às vezes.

Não posso divulgar a fonte, caso contrário vocês não virão mais aqui nos procurar se tratando de música. Porém, sempre consigo acompanhar o que há de novo nos clipes musicais. Aliás, eu gosto muito de clipes. Principalmente quando querem contar alguma história que case com a letra. Bato palmas sempre ao Nickelback que, desde “Leader of Men”, se tornou minha referência para tal.

Até gosto de alguns lives ou clipes que se importem apenas em demonstrar a banda tocando em um ambiente fechado, como por exemplo o recente lançamento de “My Own Grave”, do As Lay Dying (baita retorno!). Mas gosto de histórias. Talvez seja sobre isso que quero falar trazendo o clipe de “Wherever I Go”, do Dan Bremnens, como pano de fundo.

Pois bem, eu não o conhecia e definitivamente o pop rock contemporâneo não faz o estilo que predomina pelas minhas playlists, muito embora a canção funcione no que ela promete desde os minutos inicias. Mas como foi dito anteriormente, vou aqui falar sobre o vídeo em si.

O vídeo começa com o próprio cantor se despedindo da família, portando uma mala minimalista e tão logo o próprio clipe anuncia que o projeto será gravado em 8 dias e em 7 países barra lugares diferentes. Lugares esses que, como vemos, vão de Muralha da China, Taj Mahal, Petra, entre outros. (Quase uma visita inteira às 7 Novas Maravilhas do Mundo, se não fosse a breve filmagem em Dubai).

E enquanto o cantor recita a letra da canção, as tomadas vão intercalando por esses pontos turísticos. Takes bem interessantes diga-se de passagem. Veja que na própria arte do single, a fotografia registra Dan pela retaguarda, de costas, narrativa essa muito utilizada durante todo o videoclipe. Algo como Darren Aronofsky utilizou em Cisne Negro, filmando toda a trajetória de Nina, desde seu início como bailarina frustrada à papel principal da produção.

Arte do Single – Wherever I Go

É, eu gosto um pouquinho de cinema. E quanto a letra, o que achamos?

Achamos ela interessante, mas se tratando dos cenários que o clipe quis passar, não sei se ela dialoga muito bem. O título em sua tradução, “Por onde eu for”, e toda a composição que nos remete ao maravilhoso Salmo 139, principalmente nos versos 8 e 9, traz uma problemática (não tão problemática assim) que é bem bacana de discutir e queria sua opinião pra ela:

Será que realmente o “por onde eu for” se resume às nossas vontades e anseios de conhecermos o mundo (nunca houve uma geração tão mochileira e desprendida como a de hoje), ou é muito mais abrangente no sentido de que esse mesmo “por onde eu for” deve ser interpretado com o viés bíblico da soberania e o alcance de Deus sobre nossas vidas? Pode ser os dois, pode ser apenas o último.  Vale um pouco essa reflexão, principalmente no meu caso que tenho esse sonho de, sabaticamente, visitar vários desses lugares mostrados no clipe do Dan.

De maneira nenhuma digo que o Dan Bremnens apresentou uma versão glamourizada da questão. Uma querida tia minha diz, inclusive, que existem lugares e viagens que apenas ricos ou missionários tem a possibilidade de fazer ao longo da vida.  E se partirmos do pressuposto de que, além da musicalidade, cada artista leva consigo a responsabilidade da Grande Comissão, minha breve indagação não precisa ser mais indagada.

Provavelmente o intuito de “Wherever I go” nunca foi provocar esse tipo de analogia, mas acho bacana que provoque. Até mesmo porque, tirando todo o fato de que cada um dentro de cenário cristão tenha a sua base de fé, ele não deixa de ser um mercado e como todo e qualquer mercado, ele é composto de opiniões, divergências e considerações.

Concluindo: Se estiver a fim de dialogar sobre, assista o clipe: