Polêmico. Intenso. Histórico. Em 2019, o disco Demonocídio completa 20 anos, representando um marco no Metal Cristão brasileiro.
Uma vez tive a oportunidade de comprar esse disco, mas me faltou a coragem. Tinha lá por volta dos 15 anos e fiquei com receio do que meus pais reagiriam ao ver a capa. Apesar da frustração, achei mais prudente para não criar “escândalo”. Mas, aos 29, tive oportunidade de ter esse disco em mãos ao ganhá-lo de um grande amigo. Praticamente a realização de um sonho, não apenas pelo disco em si, mas pelas lembranças que ele me traz.
A Antidemon foi a primeira banda de Metal na qual assisti um show no finado Dokas, em Recife-PE. Lembro muito bem da sensação incrível que aquela apresentação me proporcionou: o peso do som, a instiga do público, a poderosa ministração de Batista e da sua simpatia ao autografar meu ingresso.
Ouvir “Massacre”, “Demonocídio”, “Holocausto”, “Viagem” e “Apodrecida” ao vivo é indescritível. É vivenciar de uma mensagem aparentemente “agressiva”, mas carregada de autoridade. A devoção colocada em cada letra, a seriedade com a verdade do Evangelho e a simplicidade do testemunho da banda são fatos que merecem ser destacados. Afinal, todos nós sabemos dos desafios que vivenciamos e, ainda mais, do que é ser luz no underground há quase três décadas.
Falar sobre temas da espiritualidade e de problemáticas sociais como drogas e violência mostra o quanto a banda está situada com seu contexto. Isso, para mim, é um diferencial que todas as bandas deveriam ter. Observar o indivíduo em sua integralidade, situado em seu contexto e em seus desafios. A mensagem é clara e focada para o público, sem filtro, sem reservas. Isso talvez tenha custado bastante principalmente com as polêmicas ilustrações do encarte.
Ouça “Demonocídio”, da Antidemon
Com gratidão celebramos os 20 anos desse clássico do Death Metal/Grindcore Cristão Brasileiro. _\,,/