Quase inexistente no meio cristão, o frevo é uma das mais ricas produções culturais do Brasil. Da fervura das ruas, o frevo também é resistência. Muito mais que carnaval, ele traz na sua essência inúmeras críticas sociais e políticas. No instrumento, no canto ou na dança do passista, o frevo traz uma complexidade cultural singular. Quem já presenciou sua passagem nas ruas, compreende melhor que não se trata apenas de música.
Capiba, Alceu, J.Michiles, Spok, Maestro Forró, e tantos outros mestres que misturaram o maxixe, a capoeira, a marcha, a polca, a quadrilha e uma infinidade de outros estilos entregando um som tão original e vibrante que é praticamente impossível não se deixar contagiar. Quem não conhece, vale a pena pesquisar as suas variações: de rua, canção e de bloco. Cada uma com sua características, todas inconfundíveis.
No dia que se relembra a primeira vez que a palavra frevo apareceu em um jornal, meu desejo é que um dia a igreja abra seus ouvidos para esse patrimônio imaterial da humanidade.