Versatilidade. Acredito que não há outra palavra que vem à mente quando o assunto tem por nome Aaron Gillespie. Alguns de seus projetos (que são bem versáteis), ou se não todos, são bem conhecidos por quem segue o Apenas Música desde as épocas tenras e posso dizer que o meu favorito foi a passagem pela banda The Almost que, até o momento, passa por um período de hiato. Los Hermanos mandou um abraço.
O ex-baterista e vocal limpo do Underoath, vocalista da banda alternativa e meio post-hardcore The Almost, que lançou três discos solo nos moldes worship e já se arriscou como baterista do Paramore em turnê, acaba de lançar no começo do fim (?) de agosto seu mais novo projeto solo “Out of the Badlands”.
Não espere por energia ou explosões. Digo isso no sentido de, por conhecermos toda a estrada do Aaron, irmos com sede ao pote pensando encontrar canções agitadas como “Say This Sooner” ou baladinhas inesquecíveis representadas muito bem por “Amazing Because It Is” e “We Were Made For You”. No entanto, afirmo que o trabalho é bom, não apenas por levar o selo Gillespie de qualidade. Desde “When I Was Younger” do Colony House eu não empolgava tanto os meus ouvidos. Só queria lembrar que WIWY foi lançado em 2014.
É um álbum com uma ideia genial e que pode soar triste se interpretado através de uma visão pessoal do autor. Todos sabem que o Aaron passou e ainda passa por um processo não muito bacana de divórcio, refletindo claramente na presença de praticamente todas as canções que foram escolhidas para compor a obra.
São dez canções que se dividem em: três repaginações do The Almost (“No I Don’t”, “Southern Wheater” e “Say This Sooner” sem a troca de interlocução pessoal no último refrão que eu tanto gosto no original); duas versões do Underoath (“A Boy Brushed Red… Living in Black and White” e “Reinventing Your Exit”); três inéditas (“Raspberry Layer Cake” que é minha favorita, porém extremamente densa liricamente falando, “The Fox” com uma guitarra de base crua e bem bonita e “You Don’t Love Me Anymore”, que eu não vou precisar discorrer muito, né?); e por fim dois covers sensacionais, mas sensacionais mesmo do U2 (“Where The Streets Have no Name”) e da Bonnie Raitt (“I Can’t Make You Love Me”, que vem sendo interpretada por vários artistas renomados como Adele e na qual Gillespie fez um baita de um trabalho).
Como todo e qualquer projeto musical que vem sendo lançado nos últimos anos, a primeira conferida vai soar estranha, apática e não vai satisfazer seus desejos musicais. Foi exatamente assim que procedeu comigo e pelo que vi por outras opiniões alheias, não sou exclusivo. Mas te garanto, vale “versatilizar” sua playlist, dar uma escutada e partir para a reflexão.