A origem gospel de Whitney Houston

Whitney Houston
Whitney Houston

A música é uma arte poderosa capaz de transmitir emoções, reflexões, dores, amores e desamores. Mas é também, uma das mais belas expressões genuínas da fé. Falar de Whitney Houston com certeza significa passear por esses âmbitos. Além disso, ‘Nippy‘ como era chamada carinhosamente pelo pai carrega um peso de pertencer ao gueto, e da luta por igualdade. Quando criança, durante a década de 60, a cantora sofreu e viveu intensos conflitos pela desigualdade social entre brancos e negros.

Por isso, resolveu centralizar seus interesses pela música. O que seria natural por viver em uma família extremamente musical e totalmente ligada à cultura gospel da igreja negra americana. Nesse caso, referente à igreja Batista Nova esperança de Newark, Nova Jersey, onde sua mãe Cissy Houston costumava ser líder do coral.

Basicamente, Cissy era famosa na indústria por fazer backing vocal para Elvis Presley, Aretha Franklin, Dionne Warwick (sua sobrinha) e outros grandes nomes da música do seu tempo. Participou de vários grupos e gravou inúmeros discos quase sempre de soul e gospel. São verdadeiras preciosidades desse gênero. Inclusive, é comum achar entrevistas de Cyssi falando que foi justamente ela quem ensinou a filha a cantar. “Você pode cantar de três lugares, do abdômen, do peito e da cabeça. Minha filha aprendeu todos esses. Mas não é só a técnica. É cantar com o coração, mente, e das entranhas”, explica. 

Como a grande maioria sabe, a vida da Whitney não foi um mar de rosas, polemicas à parte, foco aqui é sobre o gospel da artista, pois foi fundamental para ela alcançar a magnitude e importância de sua arte que agora está eternizada para o mundo. Em documentários disponíveis até agora alguns amigos relatam. “Ela era brilhante. Mas Tudo vinha naturalmente para ela. Whitney foi criada por Deus.  E o dom da Whitney é um presente d’Ele. Então, a única que poderia estragar isso era ela”, desabafa Sharlotte Gibson, amiga e backvocal de turnê. “Havia um timbre. A voz dela tinha um som que era angelical”, expressa Kirk Whalum, compositor e saxofonista.

Para o irmão de Whitney, Gary Houston, ela tinha muita ligação com seu lado espiritual. As ideias de espiritualidade dela. Ela sabia a origem disso. “Veio da minha mãe, de frequentar a igreja, ler a bíblia, e cantar música gospel, de estar ligada as pessoas que eram da igreja. Sabe, coisas do gênero. Whitney amava ir. Porque ela sabia que podia cantar”, relembra.

Em registros de arquivos Whitney deixou a seguinte mensagem: “as lembranças de cantar na igreja são as minhas preferidas. Não era mundano. Era algo vivo. Não era sem graça. Cantar música gospel era vigor. Energia. Uma paixão”.   

Após erros e acertos, a raiz gospel da cantora permaneceu até os últimos momentos de vida. Sua fé era compartilhada em shows, programas de TV e nos filmes que participou. Em seu repertório temos clássicos como “I Love the Lord”, “When you Believe” com participação da Mariah Carey, “Jesus loves me” pertencente ao filme O Gurda-Costas e “I look to you” um dos seus últimos hits. No Brasil, vários cantores passeiam pela influência da artista como Robson Monteiro, Jamily e Soraya Moraes. 

Por fim, futuramente, sua história ganhará vida na telona. A Sony, empresa responsável pelo projeto, divulgou que a produção cinematográfica poderá ser lançada em novembro de 2022. Até lá podemos esperar muitas cenas ambientadas dentro da igreja. E claro, ao som de muito gospel. 

Confira alguns memoráveis gospel de Whitney Houston:

https://www.youtube.com/watch?v=7GBqs4uHKFE