Contrariando os noticiários que nos inundam de más notícias da capital do país, trazemos o frescor e a esperança de uma dupla super talentosa de Brasília. O duo formado pelos irmãos Amanda Cardoso e Bruno Mozart tiram onda na musicalidade e no estilo. Formada em 2012, Eles Dois (“Eles”: pai, filho e espírito; e, “Dois”: irmãos) tem como proposta trazer reflexão e adoração na eclética batida do folk/pop/rock/synthpop. A pegada é tão boa que confesso estar viciado e ansioso por mais músicas hahaha.
Tivemos o prazer de trocar uma ideia com eles e o resultado foi essa entrevista bacanosa que vocês podem conferir a seguir. 😀
AM: Fala, dupla! Conta pra gente como é o cenário musical aí em Brasília. 🙂
Eles Dois: A cena musical em Brasília é diversa. Muitos bons artistas cristãos, mas o mercado é bem direcionado, mais para o estilo tradicional já conhecido nas igrejas. Existem algumas rádios, o acesso é sempre pago e caro. Mas conhecemos muita gente boa com coração certo.
AM: Vocês são bem jovens. Quais as pretensões profissionais da dupla na música?
Eles Dois: A música pra nós é além de um hobby, é uma forma de falarmos de Deus. Então, não vemos como profissão. Temos nossas formações: Amanda é designer e está se formando em Fonoaudiologia. Bruno é servidor público e bacharel em Direito.
AM: Vocês investem em vídeos com covers e versões mais intimistas de suas canções. Como vocês veem as redes sociais para novas bandas?
Eles Dois: Redes sociais são perfeitas, permitem interação com seus seguidores, é em grande parte gratuita ou com baixo valor e de alto alcance. Uma pessoa em outro país pode te ouvir, isso é muito top.
AM: Conta pra gente como foi a gravação do clipe “Cidade da Luz” lá na terra dos hermanos.
Eles Dois: Deus abriu as portas pra gravarmos em Buenos Aires, tínhamos um sonho de conhecer a cidade e temos um amigo lá que tem uma produtora, a MAGENTA Filmes. Então, Nicolas nos convidou para gravarmos lá. Achamos perfeita a ideia e fomos com muita alegria.
AM: Falando em “Cidade da Luz”, ela possui duas versões. O que se passou da primeira versão para a presente no disco?
Eles Dois: A primeira foi um protótipo. Estávamos ainda nos moldando para o som que queríamos, foi com outro produtor, até que um tempo depois pensamos nela como está no disco.
AM: E a composição, fica a cargo de quem? Quais referências líricas preferidas?
Eles Dois: A composição é um processo legal. Fazemos uma parceria: Amanda escreve ou o Bruno escreve, Bruno faz as melodias passa pra Amanda e ela compõe. Temos um estilo livre, falamos do que sentimos.
Escravo quero me tornar do amor que me liberta.
AM: O que vocês tem ouvido recentemente?
Eles Dois: Ouvimos coisas diversas. Muita coisa internacional do Funk, Disco, R&B e Indie. Ouvimos muito bandas nesse estilo.
AM: Como surgiu a ideia de convidar o Hélvio Sodré para a faixa “Só para lembrar”?
Eles Dois: O nosso produtor produziu o Hélvio e gostamos muito do trabalho dele. Aí pensamos que a música era a “cara”dele. Foi muito legal gravarmos, foi natural.
AM: Dos novos nomes da música cristã alternativa, vocês tem alguma preferência?
Eles Dois: No Brasil temos: Salzband e Projeto Reino (uma banda de amigos de Goiânia). Já fora temos: Gungor e Kye Kye.
AM: Vocês lançaram o disco de forma independente, conferem? Conta pra gente um pouco dessa experiência e sobre a relação com gravadoras cristãs no Brasil.
Eles Dois: Gravamos independente. Demoramos 2 anos para terminar, mas foi muito bom saber que veio do suor da família, nossos pais nos ajudaram muito. E sobre gravadoras, não fomos procurados kkkkk.
AM: Do voz e violão ao pop eletrônico, o trabalho de vocês é repleto de diferentes texturas. Como foi o processo de construção da sonoridade do disco? Quais as principais referências musicais da dupla?
Eles Dois: Gostamos muito do folk, mas para o disco tínhamos que fazer algo mais cheio, então juntamos tudo que gostamos fizemos uma mistura e deu no que deu: um pouco de Jamiroquai à Coldplay, Hillsong, Pharrell, Kye Kye…
AM: O disco de estreia tem apenas 7 faixas, mas com certeza vocês tem outras na agulha, conferem? Já há planos para novas gravações?
Eles Dois: Sim. Vamos consolidar mais essas músicas, torná-las mais conhecidas e lançar alguns materiais ainda. Daí partiremos pra outras que estão no forno ou em rabiscos.
AM: A identidade visual do disco é bastante bacana. Como vocês enxergam esse aspecto para a imagem da dupla?
Eles Dois: Achamos que a identidade diz muito sobre a mensagem que queremos passar. O visual está muito ligado ao que entra nos corações, então temos muita atenção para nossa proposta. Vamos sempre querer inovar, mas com um sentido para isso.
AM: Qual o recado que vocês deixam para quem está começando na jornada profissional da música?
Eles Dois: A mensagem que deixamos é: não faça nada esperando resultados, faça esperando ser feliz naquilo, ainda mais se fizer para Deus. Faça porque sente que nasceu para fazer aquilo e não há nada que mude isso. Música no Brasil é difícil, se você não tem contatos ou recursos talvez batalhe o dobro pra ter seu lugar ao sol, então saiba que muitos “não” ouvirá até ouvir os “sim”, mas nada disso é maior que o propósito do que fazem.
Grande abraço e obrigado pela oportunidade, escutem ELES DOIS!
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