REVIEW: The Letter Black – Pain (2017)

Estava eu a perambular pelas bandas dos últimos lançamentos do Deezer quando me deparo com uma banda que me parecia familiar, The Letter Black, lembrei logo que já tinha visto esses caras em um dos catálogos da Tooth and Nail e pensei, porque não ouvir? E cá estou eu escrevendo sobre o novo álbum deles. Pain é o quarto álbum da banda The Letter Black e é também de longe o álbum mais pesado da turma. Na tentativa frustada de rotular tudo, digamos que é uma mistura bem moderada de Grunge com New Metal com um mocado de elementos de Metal Industrial e quissá um pouco de Groove Metal.

The Letter Black – Pain (2017)

The Letter Black já não faz parte do cast da gravadora Tooth and Nail, eles estão com um selo independente chamado ‘EMP Label Group‘ e talvez por isso eles tenham tido maior liberdade para compor as músicas com mais agressividade sem muito se preocupar com o lado comercial e com a opinião do povo. Interessante notar que a primeira baladinha do álbum que nem é uma balada de fato só aparece depois da metade das músicas mais pesadas.

O vocal da Sarah Anthony está animal. Ela consegue ir de uma linha melódica muito firme até um screamo insano e cheio de fúria sem fazer cerimônias, sem falar dos trechos de guturais que chegam a flertar com o povo do Death Metal (guardadas as devidas proporções). As guitarras de Mark Anthony (esposo da Sarah) estão com uma afinação mais baixa dessa vez mas mesmo assim ficaram muito bem timbradas e com um tone muito firme. Ele faz uso descarado de riffs de Groove e New Metal o tempo todo. Vale lembrar que ele também foi o produtor do álbum. A cozinha fica por conta do baterista Justin Brown e do baixista Matt Beal que não ficam para trás e na verdade, são eles os grandes responsáveis pela fluência de todo esse groove e peso no decorrer das faixas.

The Letter Black

As letras continuam cheias de significado e de enigmas a serem desvendados, não muitos e nem muito difíceis, mas por se tratar de uma banda assumidamente cristã, eles conseguiram mandar muito bem no equilíbrio das composições. Não ficou muito proselitista mas também não ficou muito escondido, a mensagem está lá, basta ouvir com calma.

Pain é mais um resultado muito bem sucedido de uma iniciativa independente que arrecadou fundos no ‘Kickstarter‘, foram 25 mil dólares arrecadados pelos fãs para a produção desse trabalho que não deixa nada a desejar se comparado com os outros 3 primeiros álbuns deles, e me arrisco a dizer que compete tranquilamente para ser o melhor dos 4.

https://www.youtube.com/watch?v=8f8mDQ6RDTE