Sim, sou muito fã dessa banda. Desde os primórdios da Período Letivo venho acompanhando e torcendo pelo trabalho do André Costa e seus amigos. Curto a agora Cantoverbo porque, além de fazer um som de altíssima qualidade, eles são relevantes. Suas letras demonstram a seriedade que tem ao compor com base nas Escrituras, pois falam do pecado, do perdão e da glória divina sem restrições e clichês.
Em um passado recente contei um pouco sobre minha experiência com a banda (que você pode conferir AQUI), mas agora gostaria de falar um pouco sobre o novo trabalho deles. Lançado recentemente, o self-title é encantador.
Ana Martins, parabéns pelo maravilhoso trabalho gráfico do disco, viu? A capa, o encarte e todos os detalhezinhos são primorosos. Traduziu bem a identidade da banda.
Quanto a sonoridade, a banda deixou um pouco de lado o rock universitário a la Los Hermanos e mergulhou num folk bem estruturado. Ouvir esse disco é como estar na sala de casa com os amigos. É bem intimista, mas complexo. Você percebe que há uma significativa complexidade de arranjos e coisas musicais que eu não sei falar bem, mas que está lá, bem nítida em cada faixa. A mudança de estilo pode ser reflexo do novo momento de vida dos integrantes ou uma estratégia mais mercadológica. Pouco importa. O fato é que a qualidade é garantida e o diferencial para o que se é produzido no mercado também.
Dito isso, vamos analisar as faixas do álbum:
Os metais anunciam o início do disco com a faixa Livro Preto. Ela conta a história de uma mulher e seu anseio de anunciar as Boas Novas do Evangelho. De forma emocionante, André Costa canta:
Eu via nela, na vida dela
As marcas do Autor do livro preto
Que não mente, não muda e não erra
Eu via nela, na vida dela
Pois quem confia no Autor do livro preto
Não encontra lugar nessa terra
Em De Notas Tristes, o clima fica mais profundo. Sobre o pecado e o arrependimento, a Cantoverbo recita:
E então escute o lindo som que Deus tirou de notas tristes!
Preciso foi depravação pra que se pudesse ver
Preço de sangue, a redenção se pode ver
No gosto doce do perdão
Pude entender e conhecer
O maior amor que existe
Cristo
Essa faixa toca de maneira especial, em um tom bastante intimista, quase acústico, a nossa realidade de luta contra o mal interior.
Se Contasse traz a energia da época da Período Letivo. Apesar de preferir sua versão original, o novo arranjo feito para a canção ficou bastante simpático com um toque que fez me lembrar, bem suave, o country.
Nem os heróis que eu vi em filmes e em gibis
Morreriam no lugar de um vilão como eu
Reforçando a nova pegada folk vem a tranquila Sua Vida. Contando sobre o duelo paulino de Rm 7:18-21 intercalado entre violão e metais, a banda canta:
De graça Deus mandou recado
Seu Verbo se fez corpo
Perfeitamente conjugado se entregou
Quem me explica tanto amor assim?
Trocar a glória por condenação
Pagou por todos os meus pecados
Me amou, me livrou
E o refrão é ainda mais encantador:
Se vivo, é porque Ele morreu
Prova da justiça e do amor de Deus
Se canto, é que ressuscitou
Até a própria morte, venceu o meu Senhor
Pelo preço que pagou por mim
Eu sei que minha vida só pertence a Ti
Teu sangue me faz existir
E eu te espero para que complete em mim
Sua vida, minha vida
Minha vida, sua vida
Relembrando a Período, a banda traz Nem Sei Dizer. Com um ótimo novo arranjo, a canção celebra a transformação de vida dos que creem em Cristo.
Quem me diz?
Me ensinou um riso tão feliz
E me deu iguais para dividir
A abundância desse pão e vinho
A próxima é uma das minhas preferidas da época da Período. Contra o Amor Não Há Argumentos é espetacular. Na verdade já era e agora ficou ainda mais excelente. Numa crítica ácida à ciência, o André reveste a canção do swing do R&B, Blues, Jazz e ainda mais um solinho de rock no meio da canção para ser a cereja do bolo. Ah, quem é fã das antigas vai perceber um detalhe que eles mudaram na letra hehehe.
Se sempre faltam evidências para lá e pra cá
Se tudo no fundo é crença
Não chame a sua descrença, racional
Vocês vão ver
Contra o amor não há argumentos
Pra você tem amor
Vem e vê
Cristo é tudo em todos nós
Voltando para o ineditismo do disco temos Banquete. Com um toque mais regionalista, a faixa celebra a alegria do convite feito por Cristo para sua ceia a todos aqueles os rejeitados desse mundo.
Mas no meio da gentalha, o mestre nem se importou
Repartia graça e amor
E aquela cidade toda se espantou
No banquete nem um forte entrou
Ela é de encher o coração de esperança. Um convite para deixarmos nossa soberba de lado e humildemente aceitar o convite de sentar-se à mesa com Ele partilhando a alegria da salvação.
A oitava faixa é Caindo Em Si, uma música instrumental que reforça o tom intimista e sala de casa do álbum. Uma excelente pausa para digerir tudo o que se é cantado até aqui. Durante a faixa, a banda solta uma espécie de espontâneo que serve de interlúdio para a próxima trilha: O Retorno.
Baseada na parábola do Filho Pródigo, essa canção chama o ouvinte a dar uma atenção especial a letra.
Eu roubei do meu pai
No afã de ser livre, me prendi
Escravo do meu querer
Buscando o prazer
Com os porcos eu comi
Uma bela analogia com a condição humana que rejeita o cuidado divino, se entrega ao mundo, mas que reconhece sua miséria:
Voltando o avistei
Correndo me abraçou
De nada se lembrou
Além do seu eterno amor
Falar nem me deixou
Urgente em celebrar
Meu filho que morreu
Achado foi agora, vivo está
É de levar às lágrimas, não só pela beleza da canção, mas pelo poder da mensagem bíblica que nos interpela ao arrependimento e a desfrutar a graça e misericórdia divina.
Para fechar seu disco de estreia está Venha Sobre Nós. Uma ótima escolha para encerramento, pois coroa a supremacia de Cristo sobre nossas vidas. Em um tom alegre e ensolarado, a Cantoverbo anuncia:
Sobre nós e através de nós
Seja feita a Tua vontade
Nos ensine a te imitar
Por aqui e em toda parteQue as nossas obras mostrem o mover da Tua mão!
Como sal que dá sabor e a luz que brilha e aponta para o teu amor
Sensacional! Valeu muito a pena esperar todo esse tempo para se deleitar nesse disco preparado com muito esmero. Sou fã da Cantoverbo, vejo neles a simplicidade e o poder do Evangelho em canções confessionais e inspiradoras. Agradeço a Deus pela vida de cada um dos seus membros, agradeço por terem retomado e repaginado a banda sem perder os valores eternos, pois cada canção desse disco é acalentadora e renovadora. Vida longa à Cantoverbo!
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